sábado, 5 de abril de 2008

Fotograia com o avô

O dia dos teus anos já lá vai. Dos teus três anos. Não faço a menor ideia de mim aos três anos. Nem sequer a memória me guarda qualquer registo, qualquer vestígio. Portanto acho que nunca tive três anos. Tu sim, tens três anos e hei-de recordar-te com três anos enquanto não avariar de todo. E com quatro, e com cinco.
Agora estou aqui no escritório a pensar nestas coisas, e vejo-te numa fotografia que tenho diante de mim, tu pequenina (dez meses, um ano?), ao meu colo, encostada ao meu peito, ao meu peito não, encostada ao meu coração, a enchê-lo de uma ternura que o meu sorriso mal deixa pressentir.
Tudo em ti tão novo, a vida, o mundo (a vida que estás a começar, o mundo que hás-de descobrir), tudo tão cheio de inocência e de mistério e de esperança, tudo tão cheio de ti, meu amor pequenino.

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